segunda-feira, 13 de maio de 2013

Reações nas universidades para homem de saia e mulher de vestido curto

Volta e meia ouço ou leio alguém dizendo que homem é mais solidário com homem que mulher com mulher, que homem é mais amigo de homem do que mulher é de mulher...pois é. 

Eu até queria dizer que não é verdade, mas também concordo que (quase sempre) é. 
Até porque em itens como roupa, peso e comportamento, são as mulheres quem mais reparam e falam (mal) das outras. Homem pode não gostar do que o outro homem está vestindo, mas parece que não faz uma associação direta entre o que o homem está usando com o caráter que ele tem.

Estava vendo uma matéria do estudante Vitor Pereira que recebeu alguns comentários ofensivos  pela internet porque foi a aula de saia. O que os outros estudantes estão fazendo? Programando um protesto para quinta-feira (16), o 'saiaço' , quer dizer, muitos rapazes vão usar saia em apoio ao jovem e ao direito dele frequentar a universidade usando, quando quiser, saia.

universidade estudante saia saiaço
imagem via G1

Aí me lembrei da estudante Geisy Arruda que foi expulsa da universidade sob vaias, gritos e frases que eu, que vi alguns vídeos na época, confesso, fiquei chocada. Principalmente porque os piores insultos em relação a Geisy e ao tal vestido rosa curto que ela usava, vieram das estudantes mulheres (e olha que vi muitas pernas de fora naqueles vídeos além das de Geisy). E eram insultos feitos não só com reprovação, mas com prazer. 

Geysi não era uma garota bonita? Não era uma estudante popular? Era antipática? O vestido era curto, era feio, era uó? Ok, mas cadê as moças defenderem o direito de Geysi Arruda usar o seu vestidinho curto de gosto duvidoso? Defenderem, na verdade, o que seria o direito de todas elas de serem respeitadas mesmo de pernas de fora! 

O moço que trocou o bermudão e a calça comprida por uma saia, vestimenta tipicamente feminina aqui no Brasil, não foi expulso da universidade sob gritos de 'bicha, mulherzinha, gostosinha'...Não teve que sair escoltado da faculdade enquanto os outros estudantes lotavam os corredores xingando e rindo dele.

Fico feliz por isso, fico contente pelo estudante, fico esperançosa por ter gente que defende, mesmo não gostando do que o outro gosta, quem não está prejudicando ninguém, apenas exercendo o seu direito, nesse caso ( e que também era o da Geisy) de escolher o que vai vestir. Se as normas do estabelecimento permitem, a escolha do que vamos vestir é algo que pode até não ser admirado, mas deve ser respeitado.

Mas apesar de feliz pelo apoio que o Vitor está recebendo, fico triste por lembrar que, se não bastasse essa vulnerabilidade feminina, ainda existe essa tão confusa avaliação entre o que a mulher veste e quem ela. Se tecido não é pele para homem, também não devia ser para a mulher.

Mas se a roupa não faz o monge e a saia não faz o homem, o vestido curto também não faz a mulher. A ignorância e o preconceito de muitos  é que ainda teima em achar que sim.


4 comentários:

  1. Por que as pessoas tem preconceito com quem é diferente?
    Big Beijos

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  2. OI Lua, eu também fico feliz em ver o apoio ao estudante e ao direito de usar o que bem entender já que não é um ato ofensivo. Mas também acho incoerente a atitude com a Geise, pois ela não teve o apoio para ser respeitada.
    beijos
    Chris
    http://inventandocomamamae.blogspot.com/

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  3. Fico feliz que ele teve o apoio dos colegas. Eu detesto preconceitos e julgamentos. Preconceitos a pessoa pode até ter, mas não precisa verbalizar. E julgar nunca!!!
    Beijos
    Adriana

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  4. Super concordo com você lua!
    beijos, estava distante espero voltar a ativa de nvo ;)

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